quarta-feira, dezembro 21, 2005

Filmes

Olá animal que está sentado em frente ao computador e desperdiçando seu tempo lendo essa bagaça. Abaixo segue a continuação das "impressões-do-autor-deste-blog-que-não-tem-mais-nada-de-interessante-para-fazer" sobre os filmes que eu vi em 2005.

"A Ilha" - filme bacaninha com Ewan "Trainspotting" McGregor e a loira, linda, peituda e tesudíssima Scarlett Johansson. O filme é meio podre, apela muito para efeitos especiais e a história é fraquíssima, mas se compensa pela beleza hipnotizante da Scarlett o que, convenhamos, já entretêm bastante. É impressionante como, além de gostosa, ela não tem medo de nada. No filme ela cai do alto de um prédio, enfrenta tiroteio, explosões, voa numa navinha a 120km/h na contra-mão e não dá um gritinho sequer de medo. Meu deus!!! Eu quero uma dessa pra mim. A única coisa que vale mencionar, além da deusa Scarlett, é uma cena em que o personagem do Ewan McGregor pergunta para um carinha : "O que é Deus?" e o cara: "Sabe quando você reza e pede muito para que uma coisa aconteça? Então, Deus é o cara que ignora tudo isso". Uau!!!

"Clean" - filme legal que até agora eu não consegui entender se é americano, inglês, francês ou canadense. O filme se passa em todos esses países e conta a história de uma mina meio japonesa ou chinesa, sei lá, cujo marido rockstar decadente morre de overdose no hotel depois de uma briga entre os dois. Ela é acusada de ter comprado as drogas para o cara e é presa por seis meses. Depois que sai da cadeia ela tenta se tornar uma ex-junkie e pegar de volta a guarda do filho que ela só deve ter visto umas duas vezes na vida. Filme legal mas que poderia ser melhor. Destaque para a trilha sonora feita por Brian Eno e Tricky.

"Sin City" - um dos filmes mais fodas do ano. Preto e branco, figurino foda, enquadramento foda, closes fodas, história foda, efeitos especiais fodíssimos e nenhum diálogo disperdiçado. Adaptado dos originais de Frank Miller, já é a melhor adaptação de quadrinhos feita para os cinemas. Tem ritmo, frescor, trilha sonora legal e alguns diálogos são tirados inteirinhos das HQs. Dirigido por Robert Rodrigues e pelo próprio Frank Miller. Também conta com a direção de Tarantino "Motherfucker" em algumas cenas. Foda. Só não é o melhor filme do ano por causa do filme abaixo.

"Old Boy" - feito, se não me engano, na Coréia do Sul esse é "O" filme de 2005. Tenso, engraçado, trite e instigante tudo ao mesmo tempo. Conta a história de um cara que depois de uma bebedeira é preso num quarto durante 15 anos. Um belo dia é solto sem mais nem menos e a única idéia que ele tem na cabeça é se vingar de quem fez isso com ele. Nesse quarto o único passatempo que ele tem é um caderno e uma televisão. Ao sair ele descobre que é acusado de matar a mulher e que sua filha vive na Suécia com uma família que a adotou. O mais interessante é a forma como a história é contada. Eu, por exemplo, matei o final do filme logo no começo mas conforme as imagens iam passando na tela, eu me perguntava se era aquilo mesmo. E nunca poderia imaginar o motivo de o cara ter sido preso. Sensacional.

"Deus e o Diabo na Terra do Sol" - achei esse filme na prateleira em DVD (?!) cheio de extras. Tudo bem que eu só notei que o dvd tinha extras sobre a filmagem e tudo mais depois que eu devolvi, mas tá valendo. Bom, o filme é considerado o maior filme brasileiro de todos os tempos então é, no mínimo, um bom pretexto para assistir. Pelo menos para tirar a prova real. Para quem não sabe o filme foi feito por Glauber Rocha, considerado o maior cineasta brasileiro de todos os tempos. Acho que o filme adquire toda essa pompa devido à ousadia em que foi feito e ao que representou para o cinema nacional. É como os Sex Pistols: a juventude chega detonando, quebrando os padrões e faz uma coisa que, até então, ninguém está acostumado a ver. Quando fez o filme, Glauber devia ter uns vinte anos, e abusou de closes e da câmera na mão o que não era comum no cinema tupiniquim. Vale lembrar que é dele a frase: "Uma idéia na cabeça e uma câmera na mão" que marcou a geração do Cinema Novo. Como filme em si, não achei lá grande coisa. Em algumas brigas dá para ver nitidamente que os socos não acertam o rosto das pessoas e o áudio ainda sofreu do mau do cinema brasileiro até pouco tempo atrás: devido à sua péssima qualidade, as falas dos atores tinham de ser dubladas depois de finalizado o filme. Mas o que é que eu entendo de cinema, não é verdade?
O filme conta a história de um povoado do nordeste que passa por necessidades (de tudo: comida, moradia, infra-estrutura, cuidado dos governantes, esperança ...) e, depois da morte de Lampião, acredita que o messias chegou para salvá-lo da seca. Pois é, um carinha barbudo chega dizendo que é um enviado de Deus e que quem segui-lo será salvo, pois Jesus vai tirá-los do sertão e conduzi-los ao mar. O filme é meio parado, como a maioria dos filmes ditos "de arte" mas vale pelas belíssimas imagens do sertão nordestino e para dar algumas reflexões sobre como o Brasil continua o mesmo. O filme, se não me engano, é dos anos 60 e retrata exatamente o país que hoje em dia sofre dos mesmos problemas de exclusão social, descaso e que se apega à fé numa tentativa da solução de seus problemas. Dá para perceber como um povo sem educação é facilmente enganado por qualquer um que tenha um pouquinho de esperteza e maladrangem. Acho que esse é um daqueles filmes que demoram para você entender mas, depois que você entende, é a coisa mais perfeita do mundo. Com certeza vou assisti-lo de novo daqui a algum tempo. Aconteceu isso comigo, por exemplo, quando eu ouvi o "Ok Computer" do Radiohead e o "Sgt. Peppers" dos Beatles. Demorei uns vinte anos para entender o disco mas depois que eu entendi... meu deus!!!!Ah... isso continua acontecendo cada vez que eu ouço Bob Dylan.

"2 Filhos de Francisco" - demorei um tempão para assistir esse filme. Esperei até sair nas locadoras. Não por preconceito, mas para assisti-lo só depois que não houvesse mais o que ser dito sobre o dito cujo. Depois do hype, sabe? Então aqui vai o meu veredito: o filme é... bom. É bom e só. Nada que vá mudar o mundo, ou me fazer gostar de música sertaneja. A história é bonita, é bem filmado, mas não passa de um filme para se assistir num sábado à noite chuvoso depois do Zorra Total. Se não houvesse o "fator Zezé di Camargo & Luciano" e uma puta campanha de marketing, o filme não atingiria mais de 5 milhões de espectadores nem fudendo. Acho que não vai (e nem merece) para disputa do Oscar a não ser que os caras que escolhem os filmes da disputa tenham aneurisma cerebral e não batam bem da bola. Engraçado que nem se cogitou de o filme participar da disputa de melhor trilha sonora né? Por que será? hehehe...

* Já ia me esquecendo mas quero mandar um recado para os são paulinos bambis que me azucrinaram a paciência nesta semana: Vão tomar no cú seus viados!!!! Esse mundial não é aquele mesmo que o Corinthians ganhou? Aquele que não valia nada porque a gente só tinha jogado com times da Arábia, mesmo jogando contra o Real Madrid e tendo o Manchester United da Inglaterra? Aquele que nós jogamos QUATRO partidas para sermos campeões e vocês só duas? Ah... sei sei... Como o mundo dá voltas, né?
Se eu fosse a diretoria do São Paulo eu devolveria a taça. Não vale nada mesmo...