domingo, janeiro 22, 2006

As Primeiras Impressões da Terra

“Don’t be a coconut
God is trying to talk to you”
The Strokes, em “Ask Me Anything”

“Ou a i ou a a i,
Ou a i ou a a i,
Ou a i ou a a i,
Ou a i ou a a i”
The Strokes, em “Hawaii”



Hoje resolvi colocar aqui as minhas primeiras impressões (hum... que piada infame) sobre o disco dos Strokes, First Impressions of Earth, que já saiu lá fora mas que aqui só ganha as lojas no dia 28. O quê? Não aguenta mais ouvir falar de Strokes? Calma cara, não seja um coco, Deus ta tentando falar com você! Conta até quinze e lê com calma. Você consegue!

You Only Live Once – Nota: 10
Uma das músicas mais legais do disco. Aposto que vai ser o próximo single. Balada no maior estilo Strokes. Nos primeiros 5 segundos você quase pensa que trata-se de alguma música do Queen. Daí entra uma levada bacana de guitarra que conduz a música até o fim. Boa pra dançar e cantar junto.

Juicebox – Nota: 10
Foi o primeiro single do disco. É aquela música que teve o clipe censurado pela porra da MTV que achou que ele tinha obscenidades demais. Só porque tinha mulher pegando mulher, homem fazendo boquete no banheiro, velhinha de quatro, cachorro tarado, pegação no táxi e vômito. O que é que tem demais isso? Começa com um riff de guitarra igual o do tema do Batman pra depois explodir no refrão gritado do Julian Casablancas. E o mais legal é que eu aprendi a tocar ela na guitarra (ehehe... eu sou muito foda!). Inclusive o solinho que, por sinal, é o mais tosco e o mais legal que os Strokes já fizeram. Se você quiser ver a versão não censurada do clipe, entra no site do diretor Michael Palmieri que botou ele na net só de pirraça.

Heart In a Cage – Nota: 10
A melhor música do disco. Quanto mais você ouve, melhor ela fica. Começa com guitarrinha tosca de heavy metal fuleiro. Depois entra o vocal e você percebe que é, nada mais nada menos, que a irmã gêmea mais nova (!?) de The Passenger, do Iggy Pop. E que Nick Valensi é o guitarrista tosco mais brilhante da história. Coisa fina. Sim meu amigo, The Passenger não é uma cover que o Iggy Pop fez do Capital Inicial, viu?. Ouvi ela no carro esses dias e te dá uma assustadora vontade de acelerar cada vez mais e... se espatifar no muro. É verdade!
PS: Se você não bate bem da bola, por favor, esqueça o que eu acabei de dizer.

Razorblade – Nota: 8
Música bacaninha. Excelente para escutar quando se está na Internet ou fazendo qualquer outra coisa. Alegra o ambiente. Pop saboroso.

On The Other Side – Nota: 7
Música estranha. Vocal muito arrastado, refrão chato. Melhora depois de umas ouvidas mas um 7 tá bom pra ela.

Vision of Division – Nota: 8
Começa tensa mas, quando entra o vocal, ela acalma. Tem de tudo: guitarra rock, guitarra tecno-pop tosco, vocal melancólico...
Julian acaricia com uma mão: “All that I do is wait for you/ all that I do is wait for you” para depois, com a outra disparar punhaladas num vocal rancoroso: “How long must I wait?/ How long must I wait?”. Depois do refrão porrada, vem o inusitado: o solo. Nick Valensi entra com a sua guitarrinha tosca no maior estilo música árabe paulera enquanto a batera faz um samba do crioulo doido. Mucho loco. Aqui dá para ver o quanto os caras evoluíram.

Ask Me Anything – Nota 8
Se na música anterior você já achou que os Strokes tinham mostrado tudo o que são capazes de fazer, nessa você vai ficar de boca aberta. Essa é a música mais experimental que eles já fizeram. Não tem guitarra, não tem baixo, não tem bateria. “Mas o que é que tem nessa porra então?”, você me pergunta. Aqui tem só o vocal e um instrumento chamado Mellotron, que é, pelo que eu entendi, uma espécie de teclado que faz sons esquisitos. Nessa música, o que sai é um som parecido com um instrumento de corda (não tão agudo quanto o violino e nem tão grave quanto o violoncelo) meio abafado. Eu diria que parece um violoncelo eletrônico (!?) Entendeu? Só ouvindo para saber o que é. Tem letra tosca onde Julian aconselha: “Don’t be a coconut/ God is trying to talk to you”. Depois explica o porquê de tanto parnasianismo: “I’ve got nothing to say/ I’ve got nothing to say...”. Deve ser legal ver eles tocando essa música ao vivo.

Electricityscape – Nota: 8
Música esperta que me lembra Morrissey. Tem o cheirinho do último disco dele. Parece que a qualquer momento ele vai entrar cantando : “The first of gang with a gun in his hand, the first of the gang to die... oh no...”. Pode reparar que elas se encaixam perfeitamente. Supimpa!

Killing Lies – Nota: 5
Não ia fazer falta se ficasse de fora. Chatinha, chatinha... Chega a dar sono.

Fear Of Sleep – Nota: 6

Música que não tem nada de especial. Podia ser muito bem ter sido um lado-B do último disco. Parece sobra de estúdio. Também não deixaria saudades.

15 Minutes: Nota: 9
Música bacana que, quando vazou para a net, se chamava 15 Minutes of Pain e depois ficou só 15 Minutes mesmo. Começa cadenciada com o Julian cantando com a língua enrolada como se fosse um Bob Dylan bêbado resmungando da vida numa sarjeta qualquer. Depois ela acelera e a imagem que me vem à cabeça é uma corrida desesperada. Me lembra corrida de cavalos, não sei porquê. Parece que você está se esforçando para chegar e a corrida está cabeça a cabeça. Dispara o coração.

Ize Of The World – Nota: 8
Essa é a que mais lembra Strokes antigo, e o solinho parece que foi feito pelo Rodrigo Amarante do Los Hermanos. Gostosinha.

Evening Sun – Nota: 8
Essa é outra que lembra Los Hermanos. Eu vejo perfeitamente o Marcelo Camelo cantando essa música. É o tipo de música que os Hermanos fariam se fossem uma banda de Nova York tentando fazer música moderna misturando rock com bossa-nova e samba.

Red Light – Nota: 8
Música alegrinha que começa com uma batida de bateria que te faz pensar que vai começar alguma música do Weezer. Depois entra a guitarra que te faz dar a mão para alguém que você gosta e sair por aí dando cambalhotas. Sacou?

* Hawaii – Nota: 10
Quando foi tocada no show do Tim Festival, eles disseram que se chamava Hawaii-Aloha. Depois que se chamaria Hawaii ou Aloha. Eles escolheram a primeira opção. Ela saiu como lado-B de Juicebox e é a música mais legal que eles deixaram de fora do disco. Fala do amor que eles tem pelo Havaí. O Julian Casablancas ensinando o alfabeto para as criancinhas é a coisa mais fofinha que eu já ouvi... ehehe.

Verdito: FIOE é o melhor álbum que os Strokes fizeram desde o disco de estréia. Só não é melhor que o primeiro por causa do que ele representou para o rock mundial deste século. Depois de Is This It, o rock voltou a ter destaque na imprensa mundial o que facilitou a massificação de bandas como White Stripes, Interpol, Kings Of Leon, Libertines, Franz Ferdinand etc. Depois dele, todo mundo passou a saber o que é mp3. Isso possibilitou que uma banda de garagem agende turnês nos EUA, na Europa, no Japão e até no Brasil sem nem mesmo ter um disco lançado. First Impressions... deixa a impressão (de novo esse trocadilho!?) definitiva de que os Strokes não é um simples hype.
E o empresário deles postou no site oficial da banda que espera ver os brasileiros ainda em 2006. Uhu!!!

Será???

1 Comments:

At 1/22/2006 9:22 PM, Anonymous Anônimo said...

Cara, vc recebeu meu artigo modificado q vc pediu ou nem? E... eu prefiro a música do Batman!

 

Postar um comentário

<< Home