quarta-feira, janeiro 17, 2007

Ele é o cara

.
“Escocês, velho demais para tomar drogas e jovem demais para morrer. Meus melhores amigos são mulheres e estou sóbrio desde 94. Em 2002/2003 cheguei a beber de novo, mas desisti rapidamente. Fiquei de saco cheio de álcool e drogas depois de 1994”, é assim que Alan McGee se auto-define. Para quem nunca ouviu falar desse cara saiba que ele é um dos caras mais importantes da cena musical da Inglaterra.
Nascido em Glasgow, ele fundou nos anos 80 o selo Creation que lançou nomes como Primal Scream, Teenage Fanclub, Jesus and Mary Chain e My Bloody Valantine e The Verve. Apesar de ter certo destaque no meio underground, a Creation começou a adquirir dívidas quando os anos 90 chegaram. Até que depois de um porre McGee sentou num pub em Glasgow e viu uma banda tocando para poucas pessoas. Chegou nos caras e disse: “Quero contratar vocês. Vocês vão ser grandes”. Não deu outra. A banda em questão era a dos irmãos Gallagher.
O Oasis salvou a Creation da falência, Alan Mcgee ficou milionário, se tornou o maior caça-talentos do Reino Unido e passou a receber fitas demo de 9 em cada 10 bandas novas da Inglaterra.
Os irmão Gallagher, veja você, que convenceram ele a largar as drogas. Liam e Noel Gallagher usaram toda a sua delicadeza para convencer o patrão. McGee diz que eles foram muito gentis. Algo tipo: “Se você usar drogas novamente, a gente te arrebenta”.
Nos anos 90, apostando alto na volta do ‘orgulho de ser britânico’ que o britpop pregava, a Creation chegou a doar 50 mil libras ao partido dos trabalhadores para ajudar a eleger Tony Blair. Alan McGee era um dos presentes no famoso “chá das cinco” que o então recém eleito primeiro-ministro ofereceu convidando a nata da cena roqueira da época. Porém, hoje em dia, McGee se sente totalmente frustrado com os rumos que o primeiro ministro deu ao país.
Em 2000 ele vendeu a Creation para a Sony, fundou um novo selo chamado Poptones e até pouco tempo atrás era empresário de bandas como Libertines e Dirty Pretty Things.
Hoje em dia ele comanda as festas “Death Disco”, “The Queen is Dead” e “Let’s All Go to Rehab” em Londres, onde além de promover show de bandas emergentes ele também ataca de dj. Alan McGee também milita no Myspace onde disserta sobre o futuro da indústria da música, sobre como às vezes os britânicos são idiotas e porque artistas como Robbie Williams deveriam ser exterminados da face da terra, por exemplo. Além de também manter o site “Medicated + Sedated” onde divulga suas festas.
Recentemente, Alan McGee foi convocado pelo jornal The Guardian para exercer seus poderes de bruxo e dizer o que vai bombar no mundo da música em 2007. Dá uma olhada no top ten do cara com seus respectivos links.
.Alan McGee te mostra o futuro
.
1. Viking Moses: “É o músico americano mais talentoso desde Kurt Cobain. Ele tocou no meu clube, o Death Disco, em novembro e foi o melhor show que alguém já fez lá desde que foi inaugurado – e olha que por lá já passaram The Hives, The Libertines, The Killers, Kasabian, Razorlight e Black Rebel Motorcycle Club. Brendon é um gênio absoluto e um dos melhores músicos que eu já lancei na minha vida”.
.
2. Glasvegas: “Melhor banda escocesa desde Jesus & Mary Chain. Não faço idéia se os ingleses vão dar bola pra eles. Eu os assisti pela primeira vez no “King Tut’s Wah Wah Hut”, em Glasgow, que foi onde eu encontrei o Noel e o Liam pela primeira vez. Eles têm um grande empresário que eu adoro, não fosse isso eu já teria promovido uma apresentação deles há tempos”.
.
3. The Revelations: “Banda formada por três garotas de Londres. Elas estavam na gravadora Mercury e não sei por que as coisas nunca deram muito certo lá, mas elas vão lançar um single em fevereiro que vai se tornar um hit. Nós somos amigos e elas merecem estar na lista porque são uma grande banda pop. É como se o Abba encontrasse o Phil Spector. Elas vão ser grandes”.
.
4. The Sessions: “Eu os descobri no Death Disco e então botei eles no estúdio com Paul Tipler para gravar um single pelo nosso selo. Eles soam como uma versão punk do Curtis Mayfield de ‘74. Talvez sejam punk-funk. Tudo que sei é que eles são únicos e brilhantes e o guitarrista Taz é um filho bastardo do Santana com o John Squire. Adoro eles”.
.
5. The Peth: “Imagine o Jesus & Mary Chain tocando “Cold Turkey” – eles são bons. O vocalista é uma figura e o baterista é uma lenda. Eles são gauleses e fazem rock como verdadeiros motherfuckers, sacou?”
.
6. Once: “Eu encontrei eles em Los Angeles com o Tim Burgess. Sami, o vocalista, trabalha como dj de um hotel que eu fiquei hospedado. Ficamos amigos e ele me deu um cd. Deus queira que o Reino Unido dê uma chance a eles. Eles acabaram de assinar com a Noiselab da América do Sul”.
.
7. Suicide Dogz: “Meu filho Dan tocou para mim e não consigo vê-lo como outra coisa além de sucesso no Reino Unido. É um dj brilhante e um produtor promissor”.
.
8. The Horrors: “Se você já tiver passado da época de bebedeiras, talvez, não goste deles. Mas eu adoro. Meu filho que botou eles no meu caminho. Eles lembram The Cramps então só pode ser bom”.
.
9. Cherrystones: “Agora tudo que eu tento fazer desde que fundei a Poptones é investir meu dinheiro de forma objetiva. Este cara e o Viking Moses são as melhores coisas que eu e meu colega Paul contratamos. O disco é sensacional. Ele é o cara”.
.
10. Enter Shikari: “Outra vez foi meu filho que me mostrou eles. Daí eu fiz um programa de rádio com o Tony Wilson que, por sua vez, está apaixonado por eles. Eles são famosos no Myspace e lotariam o Astoria facilmente sem precisar de contrato. Ouvi dizer que eles são screamo. Seja lá o que essa porra signifique eu adoro eles. Eles serão grandes neste ano.
.
Falou, tá falado.

1 Comments:

At 1/18/2007 12:15 AM, Anonymous Anônimo said...

Love the photo

 

Postar um comentário

<< Home