Tenho medo do futuro

É sério. Tô muito assustado. É que, devido ao tremendo ócio proporcionado pela época de Natal e reveillon, andei “refletindo” sobre a era em que vivemos atualmente. Onde o mundo cada vez mais se digitaliza, ou melhor, se virtualiza. Época em que Saddam Hussein é enforcado num espetáculo televisionado ‘oficialmente’ e ‘extra-oficialmente’. Onde ambos os vídeos podem ser encontrados na íntegra nos youtubes da vida e a comunidade internacional acha tudo normal. Época em que uma pessoa pode ter 700 amigos sem nunca ter encontrado, uma única vez sequer, nenhum deles “ao vivo”. O mundo avança para o bem e para o mal, meus amigos.
O meu medo começou a se tornar desespero no primeiro dia do ano quando abri o jornal para ver o que estava rolando no primeiro dos próximos 365 dias. Em meios às notícias de praxe desta época, passo os olhos pelos cadernos de informática. Enquanto a Folha de S. Paulo se preocupou em fazer um caderno fraco em conteúdo cheirando a fim de expediente sobre o que vai bombar em 2007 em termos de tecnologia, o Estadão foi mais esperto e montou um caderno gigante adiantando o que pode estar bombando daqui a 10 anos no mundo digital, baseado no que já existe hoje.
Algumas coisas pareciam meio viagem na maionese da mesma forma que minha avó pensava que ia andar de nave especial nos anos 2000. Mas outras me pareceram bem realistas. Abaixo vou listar as coisas mais legais, divertidas, úteis, fantásticas e as que mais me fizeram temer o futuro.
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PS: se você é uma pessoa meio ‘vintage’, gosta ouvir disco de vinil, ainda compra cds e ainda sente nojinho de algumas modernidades, não continue lendo este post. É para o seu bem.
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O mundo em 2017
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* Celulares
Os celulares serão minúsculos, terão GPS para você saber se a pessoa com quem você está falando está próxima de você, terá reconhecimento de voz e, portanto, os teclados serão extintos. Aliás os celulares em 2017 serão relógios ou outro acessório qualquer preso ao corpo, com isso para desfrutar de suas funções basta ativar na parede ou em qualquer superfície plana a luz do projetor embutido. Em 2017 não haverá mais CDMA ou GSM, mas sim um sistema de comunicação global de tarifa única.
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* Internet
Não será necessário ter uma conexão fixa em casa, procurar uma lan house ou um ponto Wi-Fi. O sinal da rede estará gratuitamente no ar, via conexão WiMax, que cobrirá a cidade inteira. Com acesso onipresente e ultra-rápido você baixará toda a obra dos Beatles em 1 segundo. Não só os seres humanos, mas também as coisas se comunicarão umas com as outras via internet: a maçaneta da porta avisará sobre a chegada do dono; o carro se comunicará com outro carro para evitar um acidente. Se você gosta de um canal do Japão poderá assiná-lo diretamente do site da emissora. Aliás, os internautas formarão emissoras de televisão pela internet se tornando concorrentes das emissoras “de verdade”.
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* Computadores
Serão todos portáteis e pesarão menos de 500g feitos de fibra de carbono resistentes a água, quedas e impactos. Vírus e travamentos não existirão mais e o Windows será uma relíquia tecnológica. As memórias serão de 2 terabytes geradas por um cubo holográfico onde caberão todos os registros do dia-a-adia pela vida toda. Terão um buscador super-potente, o Google Life: ele sabe onde você esteve, com quem falou e o que fez, em todos os dias da sua vida. Além disso o PC se comunicará, sem fios, com os sensores digitais embutidos na sua roupa, no seu colchão, no travesseiro, no forno de microondas e até no vaso sanitário e um software será capaz de avialiar se você anda dormindo, comendo bem e se exercitando.
Os Vídeo-games terão embutidos sintetizadores de cheiro, tecidos nanoestruturados aplicados aos controles permitirão que o jogador sinta texturas. ONGs lutarão contra a “Virtualização Total”, que prega que apenas o mundo virtual é relevante e o corpo físico, dispensável. O vício em realidade virtual será tratado como o alcoolismo.
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O Zune está sendo considerado o catalizador de uma nova "revolução cultural"

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* Toca MP3
As músicas serão gravadas no formato Mp3 Holofônico. A sensação é de estar cercado por 100 caixas de som. Para evitar acidentes, o governo proibirá ouvir Mp3 holofônicos na rua. O tocador irá capturar a energia cinética produzida pelo seu corpo, quando você anda, para recarregar as baterias e poderá ficar meses sem ser ligado à tomada. O tocador medirá seu. Se você estiver estressado, o mp3 player tocará um som new age. Terá um sensor de impressões digitais e só funcionará nas mãos do dono ou de pessoas autorizadas por ele. Se houver alguém perto de você, com gosto musical parecido, o mp3 percebe e avisa, perguntando se você quer trocar músicas e bater papo com aquela pessoa.
Esse sistema, aliás, já existe. O MusicGremlin custa US$ 250 e é o primeiro tocador que traz embutida uma antena Wi-Fi e se conecta à internet, sem fios e em qualquer lugar, na hora, as músicas que quiser – de um acervo de 2 milhões de mp3. Em vez de comprar as músicas, você paga uma assinatura de US$ 15, com direito a downloads ilimitados. Como dá para baixar as músicas na hora a capacidade do mp3 (8GB) é irrelevante.
Já o Zune, da Microsoft, já está sendo apelidado de “iPodKiller”. Ele é o primeiro “mp3 social” pois permite a troca de músicas, fotos e vídeos entre duas pessoas que possuam um Zune. Tudo sem fio. Cada música compartilhada via Wi-Fi só pode ser ouvida 3 vezes (depois só se você comprar o arquivo que custa US$ 1). Se ele não existir no acervo de 2 milhões de músicas, você não pode mais ouvir. O mais legal de tudo é que hackers já conseguiram burlar esse sistema. Se o Zune se popularizar, toda a música no mundo poderá ficar totalmente grátis, compartilhada por milhões de pessoas. Esse é o caminho para criar a chamada “jukebox celestial”, que reuniria todas as músicas já compostas pelo ser humano. Seria uma nova revolução cultural?
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Ufa!
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Chega.