sábado, fevereiro 18, 2006

Music is My Hot Hot Sex

É isso mesmo. Música boa faz bem para os ouvidos. Música é a forma que melhor expressa a alma humana. (Putz... que merda é essa que eu tô falando???). Chega dessa poesia de porta de banheiro, vai. O que eu quero dizer é que eu não vivo sem música. Ouço música 24 horas por dia. Até quando não tem música eu ouço música, sacou? Sempre tem alguma coisa tocando na minha cabeça. Essa semana já começou bem quando eu consegui baixar e ouvir de forma decente o último disco do Forgotten Boys, que é relamente foda! Uma pedrada que te faz perder o rumo. E vou te dizer: esses garotos esquecidos já são A MELHOR BANDA NACIONAl! Peraí, mas tem o...
.
LOS HERMANOS
.
.
Fui no show do Los Hermanos que aconteceu na última sexta-feira aqui em Ribas. Apesar de ser considerada a melhor banda brasileira da atualidade (sim até eu já cheguei a achar isso), eu nem tava muito animado para o show, mas era melhor do que aguentar aula chata na faculdade... ehehe. Bom, vamos aos fatos. O show estava marcado para as 9 da noite aqui no Sesc da cidade. Cheguei por volta das 8 e pouco e já tinha uma fila enorme virando o quarteirão que parecia ganhar um quilômetro a cada dez segundos. Fiquei rondando por ali só observando o povo. Vi um número impressionante de cambistas circulando pelo local e encontrei um sujeito vendendo um ingresso a R$ 80. Para se ter uma idéia, o original custava R$ 15! Estudantes pagavam R$ 7,50. Dez minutos depois, devido à falta de compradores, o carinha já estava aceitando R$ 60 pelo ticket. A última vez que eu cruzei com ele o preço já tinha caído pela metade. Compensava mais ele aproveitar o ingresso e assistir ao show logo de uma vez.
.
O objeto mais cobiçado
.
Entrando no ginásio onde os hermanos se apresentariam encontrei vários rostos conhecidos. Um carinha até me cumprimentou mas confesso que não me lembrava de onde conhecia aquela figura. Apertei a mão do fulano e fui buscar uma cerveja. Voltei rápido para ficar o mais perto possível do palco. Enquanto a banda não entrava, só saia música ruim dos alto-falantes. Acho que era tudo banda alternativa do Rio (percebia-se pelo sotaque carioca), provavelmete amigos dos caras do Los Hermanos. Achei tudo uma bosta.
O pessoal desse show também era menos afetado do que o do show anterior que eles fizeram na cidade (essa foi a segunda vez que eles tocaram aqui). Naquela ocasião o Los Hermanos tocaram abrindo para os Paralamas, num show curtíssimo de meia hora, o que deixou muita gente irritada e com gostinho de quero mais, já que na época eles eram o hype do momento. Lembro de ter encontrado um monte de sósia do Rodrigo Amarante (aquele visual sou-normal-mas-fico-pagando-de-perdedor: camisa quadriculada, calça social velha e cabelo e barba estilo acabei-de-acordar). Lembro também de ter mandado o Herbet Vianna para aquele lugar e saído antes do show deles acabar.
A banda entra em cena com alguns minutos de atraso e a histeria começa. Para quem nunca foi a um show deles, saiba que eles têm os fãs mais apaixonados e mais xiitas do Brasil. Eles entram agradecendo o povo, nada de arrogância ou coisas do tipo aplaude-mais-que-eu-sou-fodão-mesmo. Os caras não têm o perfil rockstar. Eles são bons moços. Os genros que toda sogra queria ter se eles fizessem a barba e tomassem banho de vez enquando. Mas eu já esperava essa idolatria como se ali estivessem os Beatles.
Apesar da algazarra, eles começam o show com a música mais lenta do último disco deles. Foi um mal sinal, pois era tudo que eu não queria já que considero esse disco o mais chato da carreira do grupo. No começo achei que seria um showzinho normal, pra cumprir tabela. Por um instante também pensei que o Rodrigo Amarante estava meio chapado ou então com sono. O cara não conseguia abrir o olho e ficava cambaleando. Mas depois percebi que era tudo pose mesmo.
.
Jesus Cristo
.
A parte parada do show durou apenas os quinze minutos iniciais. A coisa ia ficando legal na medida que o ginásio abafado ia esquentando e os músicos iam suando. Marcelo Camelo parecia ser o mais animado fazendo um contraponto com o baterista que tava parecendo Jesus Cristo com aquela barba ensebada e com o tecladista que é "O" morto. Juro que eu vi ele bocejando durante o show. Camelo percebeu que a galera tava ali pra se divertir e durante uma música, até botou o microfone na boca do palco pra galera cantar um refrão. Foi bem loko.
O bicho pegava mesmo quando cantavam as canções do disco Ventura, na minha opinião o ápice da banda. Pirei quando tocaram "Conversa de Botas Batidas", "Cara estranho", "Além do que se vê", "O vencedor". A galera fazendo o barulhino da guitarra do Camelo em "Um par" também foi beeem legal. Outros momentos para lembrar: quando tocaram "Sentimental" e "Morena", "O Vento" e "Paquetá" do último disco. Esta última com todo mundo fazendo o passinho dois pra lá dois pra cá... ahaha. "Condicional" foi o momento mais roqueiro do show com direito ao Rodrigo Amarante fazendo a "dancinha do Tevez" enquanto tocava a guitarra. Esse cara é muito comédia. Só de olhar pra cara dele de 'onde estou?' já dá vontade de rir. Teve uma hora que a banda parou e ficou só ouvindo o que a galera ficava gritando. Tinha um figura atrás de mim que ficava toda hora gritando "Toca Bárbara, seu magrelo! Toca Bárbara!". Alguém sabe me dizer que porra de música é essa que eu nunca ouvi falar? Já que era pra zoar também entrei na onda. Na hora que o vocalista olhou pra mim não tive dúvida e soltei um "toca Ana Júliaaaaaa!!!!". Putz... a mina da frente me olhou de um jeito que só faltou me dar um soco na cara. Não sabe brincar, não brinca...
Mas pra mim o momento top do show foi quando lá pelo meio da apresentação tocaram "Todo Carnaval tem seu Fim". Se na turnê anterior o pessoal jogava confetes e serpentinas, agora o pessoal também leva um kit de fazer bolhinhas de sabão. Pular no refrão com todo esse clima de carnaval foi muito animal! Uma serpentina caiu na cabeça do Amarante e ele acabou enrolando ela no microfone. Very nice.
.
O morto
.
Enfim, um show que eu dava tudo que seria chato, no fim acabou sendo o melhor que eles já fizeram na cidade. No fim sobrou sorrisos na cara de todo mundo, e deu pra perceber que até a banda adorou a vibe. Depois os roadies começaram a jogar baquetas, palhetas e as toalhas do caras pra galera. Quase peguei uma palheta amarela, mas um FDP pisou na minha mão. Que merda viu! Eu e o pessoal da revista (sim eu escrevo para a revista de um amigo meu, ela se chama ARP) tentamos, antes do show, uma entrevista com a banda, mas a acessoria disse que eles só dariam entrevista por telefone e teria que ter sido agendada uma semana antes do show. Disseram que no dia do show não ia rolar. No problem. Ia tentar falar com os caras no fim do show mas, os seguranças disseram que eles não iam receber ninguém. Na saída um segurança me disse que se eu esperasse mais uma horinha eles iam sair pelo portão de trás e uma van os levariam direto para o Pinguim (o bar mais famoso daqui de Ribeirão) e, se eu quisesse, talvez desse pra tirar umas fotos com eles. O gênio aqui até que levou a câmera no show mas esqueceu ela ligada no bolso. Daí que na hora que eu saquei a lente pra tirar fotos dos caras entrando no palco, cadê de ela funcionar??? A pilha já tinha descarregado. Então essas fotos aí foram tiradas do site oficial deles (menos a do ingresso, óbvio).
Acabei desistindo de ir atrás dos caras porque tava dando pinta de que ia chover. Tentei comprar uma camisa oficial da banda na lojinha que eles montaram no fundo do ginásio, mas não tinha grana suficiente. O jeito foi tomar outra ceva e ir embora feliz.
..
_____________________________
.
ROLLING STONES
.
O cara
.
E ontem quem viu, viu. Quem não viu, sossega que a Globo vai reprisar o show logo logo. Tudo bem que não foi ao vivo e sim transmitido com 20 minutos de atraso, mas pelo menos eles não cortaram nenhuma música. Achei bem legal o show a não ser pelo fato de o Mick Jagger estar mais poser do que nunca. Se nos anos 60 ele rebolava pra contrariar o sistema e chocar o puritanismo do povo, agora ele rebola pra fazer graça mesmo. O que segura o show mesmo é a batida seca do batera Charlie Watts (que continua com a mesma cara de pato de sempre) e o Keith Richards (o junkie mais brilhante da história) destilando os maiores riffs de guitarra da história do rock. Keith Richards é rei. A sequência de "Get Off Of My Cloud", "Honky Tonk Women", "Sympathy For The Devil", "Start Me Up", "Brown Sugar", "You Can't Always Get What You Want" e "Satisfaction" foi matadora. Quem sabe alguém aprenda o que é rock de verdade.
I know, it's only rock'n'roll... but I like it!
.
*E amanhã bem que podiam transmitir o show do Franz Ferdinand mas, pelo jeito, o que vai dominar a tv é a papagaiada do Bono. Pode esperar ele pedindo para o povo ligar para um número de telefone que aparece no telão para arrecadar dinheiro em benefício própr... digo, para os famintos do mundo. Aliás, olha isso:
.

.

Sem comentários.

Vamos torcer para eu ter tempo de atualizar essa birosca decentemente essa semana. Você já sabe a nova do Batman? E a nova Bond Girl, já viu?